FELIZ DIA INTERNACIONAL DA MULHER, FELIZ 8 DE MARÇO À TODAS AS MULHERES
O Dia Internacional da Mulher, surgiu entre o final do século XIX e início do século XX, nos Estados Unidos da América. Porém, movimentos de mulheres e simpatizantes em outras partes do mundo, naquela época, também militavam contra a desigualdade de gênero.
A ideia da celebração anual, deve-se ao Partido Socialista da América, que organizou o dia da mulher, em 20 de Fevereiro de 1909 em Nova York, tendo como objectivo principal, reivindicar a igualdade de direitos civis, de entre os quais, o direito ao voto feminino. Desde esse ano, o dia tem vindo a ser comemorado em vários países do mundo, de forma a reconhecer a importância e contributo da mulher na sociedade.
Cansadas das discriminações e das desigualdades civis, em 8 de Março de 1857, trabalhadoras de uma fábrica têxtil de Nova York, entraram em greve exigindo melhores condições de trabalho como, a redução da jornada laboral para 10 horas, visto que tinham uma carga horária de trabalho extremamente pesada, bem como a melhoria dos salários, uma vez que eram muito inferiores, comparativamente ao dos homens. Triste realidade que, lamentavelmente ainda acontece hoje em muitas sociedades.
Para além das difíceis condições de trabalho, não tinham direito à licença a maternidade, sendo muitas delas obrigadas a levarem os filhos pequenos para o trabalho.
Diante da não aceitação das suas reivindicações, por parte da entidade patronal, 129 mulheres ocuparam a fábrica. A polícia foi chamada e a resposta desta foi brutal. Fecharam as portas da fábrica e colocaram fogo no edifício. Todas as mulheres que se encontravam dentro do mesmo, morreram queimadas.
Foi em homenagem a memória destas mártires do movimento operário, que o 8 de Março foi consagrado em todo o mundo como, o dia da luta de resistência da mulher, contra a opressão e discriminação que lhe era imposta.
As celebrações do dia, ocorrem a partir de 1909 em diferentes dias de Fevereiro e Março, a depender do país. A primeira celebração deu-se a 28 de Fevereiro do mesmo ano, nos Estados Unidos, seguida de manifestações e marchas em outros países europeus nos anos seguintes.
Durante as conferências de mulheres da Internacional Socialista em Copenhague – Dinamarca em 1910, foi sugerido por Clara Zetkin – política alemã, que o Dia da Mulher passasse a ser celebrado todos os anos, em diferentes dias de Fevereiro e Março, a depender dos países, sem que no entanto, fosse definida uma data específica.
Em 1975, o dia 8 de Março foi intistuído como Dia Internacional da Mulher, pelas Nações Unidas. Actualmente a data é comemorada em mais de 100 países, como um dia de protesto por direitos iguais, tendo como objectivo lembrar as conquistas sociais, políticas e econômicas das mulheres, independentemente de divisões nacionais, étnicas, linguísticas, culturais ou políticas.
” O 8 de Março deve ser visto como momento de mobilização para a conquista de direitos e para discutir as discriminações e violências morais, físicas e sexuais ainda hoje sofridas pelas mulheres, impedindo que retrocessos ameacem o que já foi alcançado em diversos países.” (Maria Célia Orlato Selem – mestre em Estudos Feministas pela Universidade de Brasília).
Em Angola, as mulheres estão integradas em todos os ramos profissionais, mesmo naqueles que, eram apenas atribuídos aos homens como; direcção de partidos políticos, magistratura suprema, operações militares ou policiais de alto risco, entre outras esferas laborais e produtivas da nação.
Esforços significativos em direcção à igualdade de gênero foram feitos através da criação da Carta Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, que incentiva os Estados membros a acabar com a discriminação e a violência contra as mulheres. Com excepção de Marrocos e Burundi, todos os Estados africanos, adoptaram esta carta.
No entanto, apesar destes avanços em direcção à igualdade, as mulheres ainda enfrentam várias questões relacionadas à desigualdade de gênero, como níveis desproporcionais de pobreza e educação, saúde e nutrição precárias, falta de poder político, participação limitada da força de trabalho, violência de gênero, mutilação genital feminina e casamento infantil.
Fruto da luta contra a desigualdade do gênero e para a emancipação da mulher, iniciada por esse movimento de mulheres, que encorajam outras a, prosseguirem na luta a favor do respeito, dignidade e participação das mulheres nos processos de tomada de decisão, conhecemos hoje grandes avanços, embora, tenhamos ainda um longo caminho a percorrer.
Um bem haja a todas as mulheres.